quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Queridos amigos, é hora da revolução!

Na mesma noite da renúncia de Fidel Castro ao governo cubano, a Globo deu um show educativo em sua grade de programação. Depois do chulo Big Brother (que eu falo mal, mas adoro), o capítulo da série Queridos Amigos foi uma verdadeira aula de História. Ditadura militar, abertura política brasileira, socialismo, capitalismo etc, foram alguns tópicos abordados nos diálogos dos personagens. Do ponto de vista dramático, a discussão altamente embasada soou como forçação, uma forma pontuada e pouco espontânea da autora contextualizar a minissérie que se passa em 1989. Em seguida, o Jornal da Globo, de Christiane Pelajo e William Waack, trouxe o primeiro bloco inteiro dedicado a VTs sobre o ex-ditador cubano e sua política de extrema-esquerda. Matérias sobre a renúncia, biografia, guerrilha e até trechos do último discurso oficial do ex-ditador foram destacados no telejornal. Já o SBT Brasil, de Carlos Nascimento e da ex-casa dos artistas Cíntia Benini, não deu destaque ao principal fato do dia e abriu a edição do telerjonal com uma matéria sobre assassinato.

Mas o ponto alto da noite foi mesmo a entrada de Guilherme Weber na série global. Gay viciado em pó, com um possível signo solar e ascendente em escorpião, Benny chega na festa de reencontro dos Queridos Amigos e apavora, dizendo "verdades" na cara de todos os present
es. Uma cois assim meio Marcelo Arantes, urso psiquiatra do BBB 8, que se afeta e dispara verdades incontestáveis para os colegas de confinamento. Ao contrário do ursinho Marcelo, que tem como Robbin sua escudeira amiga piauiense-francesa Gyselle, Benny levou à festa o travesti Cíntia, que posou de noiva do sujeito. Cintilante, o travecão fez mesmo sucesso com a garotada, enquanto o povo lavava roupa suja. No fim do saudoso encontro, a bicha venenosa ainda levou o filho do caseiro para um rolé pra lá de suspeito. Olha o truque!

A Globo, que já vetou beijo gay em fim de telenovela e apoiou descaradamente a eleição do colarinho branco Fernando Collor contra Lula, em 1989, foi a própria Revolução na noite de 19 de fevereiro de 2008. Arrasou!